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Mucuna pruriens: conheça todos os benefícios.

A Mucuna é empregada desde a antiguidade em diversas doenças e há citações de múltiplos benefícios. Veja abaixo para que serve a Mucuna:

  • Amenizadora de doença de Parkinson;
  • Neuroprotetora;
  • Antioxidante;
  • Anti-inflamatória;
  • Analgésica;
  • Antitumoral;
  • Afrodisíaca;
  • Antivenenosa;
  • Antimicrobiana;
  • Antidiabética;
  • Vermicida.

Doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas

 

A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa que progride com a idade, cujo principal sintoma é a presença de tremores mesmo quando o corpo está em repouso. Apesar de sua origem ser desconhecida, é sabido que ela causa a morte de neurônios (células do cérebro) responsáveis por produzir dopamina, um neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer, controle do sono, disposição e coordenação motora. Quando os tremores começam a se manifestar, é porque houve a morte de diversos neurônios e os níveis de dopamina já estão reduzidos a 80%.

 

O tratamento não consegue parar a degeneração dos neurônios, mas ajuda a aliviar os sintomas. Esse tratamento é chamado de terapia dopaminérgica, onde são empregadas drogas precursoras da dopamina, ou seja, remédios que se transformam em dopamina quando são processados e chegam no cérebro. Desses remédios, o mais famoso é a L-DOPA, um composto sintético comumente chamado de Levodopa. Mas há um problema no uso de L-DOPA sintética a longo prazo, que é o aparecimento de vários efeitos colaterais, como discinesias (movimentos involuntários).

As sementes de Mucuna contêm aproximadamente 5% de L-DOPA natural, cuja ação é melhor que a L-DOPA sintética e não causa efeitos colaterais. Em estudos comparativos, a Mucuna teve uma ação mais rápida e gerou taxas de L-DOPA no sangue duas vezes maiores que a sintética. Além disso, a Mucuna contém Coenzima Q10 e NADH (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo), duas substâncias regeneradoras usadas no tratamento da doença de Parkinson. Ela também restaura a quantidade de outros neurotransmissores como serotonina e noradrenalina.

Mas a Mucuna não é boa apenas para quem tem doença de Parkinson, pois ela ajuda no tratamento e prevenção de outras doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. Pessoas saudáveis podem se beneficiar dela para melhorar a memória e a capacidade de aprendizado. Todos esses benefícios neuroprotetores e neurorregenedarores também estão ligados à sua ação antioxidante.

Ação antioxidante, anti-inflamatória e antitumoral

A oxidação acontece quando as moléculas do nosso corpo reagem com as moléculas de oxigênio, causando envelhecimento e inflamações que podem virar doenças. A Mucuna contém diversos compostos fenólicos que são antioxidantes. Esses compostos antioxidantes combatem os radicais livres e ajudam a retardar o processo de oxidação, protegendo as células de sofrerem peroxidação lipídica, danos proteicos e quebras de DNA.

Por protegerem as células do corpo, os antioxidantes da Mucuna retardam o envelhecimento e agem como anti-inflamatórios, principalmente quando a inflamação é causada por estresse oxidativo. Com a diminuição das inflamações, as dores causadas por elas também diminuem. E, por causa da ação antioxidante, a Mucuna também pode ser usada no tratamento e na prevenção do câncer. Um estudo em animais obteve resultados promissores onde a dosagem de 125 a 150 mg/kg de Mucuna ajudou a controlar o câncer, diminuindo o tamanho dos tumores e aumentando o tempo de vida dos animais

Ação afrodisíaca e aumento da fertilidade masculina

 

A ação afrodisíaca da Mucuna é conhecida desde a antiguidade, mas ela não age apenas no aumento da libido no homem. As ações da Mucuna na fertilidade masculina são diversas, como:

 

  • Ajuda na disfunção erétil;
  • Aumenta a produção de espermatozoides;
  • Melhora qualidade de espermatozoides;
  • Aumenta os níveis de testosterona.

Como citado anteriormente, a dopamina é responsável pelas sensações de prazer, melhorando o humor e reduzindo o estresse psicológico. Com isso e o aumento nos níveis de testosterona, a libido do homem aumenta também.

Falando de forma técnica, a L-DOPA e a dopamina estimulam o hipotálamo e a parte da frente do cérebro a secretar Hormônio Liberador de Gonadotropina (GnRH). Isso faz com que a hipófise secrete Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH) causando um aumento na síntese de testosterona pelas Células de Leydig nos testículos.

Resumindo, a Mucuna ajuda na formação dos espermatozoides (espermatogênese), aumentando o volume de esperma, o número de espermatozoides e a mobilidade dos mesmos. Em estudos in vivo, a Mucuna conseguiu recuperar os níveis de lipídios, triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios, frutose e Vitaminas A, C e E no plasma seminal de homens inférteis. Ela também aumentou o peso e os níveis de testosterona, colesterol e proteína nos testículos. A Mucuna facilita o transporte de esperma, ajuda na contração das vesículas seminais e, devido à sua ação antioxidante, inibe a oxidação dos espermatozoides.

Picada de cobra

O uso tradicional da Mucuna na Nigéria diz que suas sementes são um remédio anti-mordida-de-cobra e que, se forem engolidas inteiras, a pessoa estará protegida dos efeitos de qualquer picada de cobra por um ano inteiro. Pesquisas mais recentes demonstram que a Mucuna não protege das picadas de todas as cobras, mas pode proteger de algumas.

O extrato da Mucuna contém um componente que estimula a produção de anticorpos que reagem com certas proteínas do veneno de cobra. Diversas pesquisas conseguiram resultados positivos para cobras das espécies:

  • Echis carinatus
  • Naja sputatrix
  • Calloselasma rhodostoma

Testes in vivo mostraram que a injeção com extrato de Mucuna ofereceu proteção contra o veneno da cobra Echis carinatus, desde 24 horas após a aplicação até 1 mês depois da aplicação. Outra pesquisa aplicou a injeção de Mucuna 1 vez por semana, durante 3 semanas, e descobriu que houve proteção contra o veneno da Naja sputatrix e uma proteção moderada contra o veneno da Calloselasma rhodostoma. Porém, neste último estudo, o tratamento de menos de 3 semanas não foi o suficiente para proteger contra os venenos.

Síndrome metabólica

A Mucuna, em dosagens maiores, ajuda a controlar a diabetes, por conter uma substância chamada D-quiro-inositol, que controla o metabolismo de açúcar no sangue. Um estudo in vivo demonstrou que o uso da Mucuna por 6 semanas reduziu pela metade os níveis de glicemia em ratos.

Há também relatos de uso da Mucuna para controle de colesterol e de excesso de ferritina no sangue (hiperferritinemia), devido à sua ação quelante de metais pesados, como ferro.

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